Jazente

       Ao visitar Jazente uma das principais obras, que permanece com o passar do tempo, é a sua Igreja Matriz. Igreja esta que já foi lugar de culto de Freias Bentas. 

    Consta-se que existiu na freguesia um convento que por volta de 1458, este ainda se encontrava em funcionamento. Mas com o passar dos séculos foi-se degradando, até que hoje não se sabe a sua lozalização.

    Mas para continuar uma visita mais calma, pode sempre visitar uma das casa senhoriais mais antigas da freguesia, a "Casa do Carvalhal". Esta casa de turismo rural, espera pela sua visita. Estando enquadrada no meio da natureza, é o local ideal para um belo descanso. 

    Caso seja amante da história e do passado não pode deixar de ir à Serra da Aboboreira, onde encontrará vestígios Megalíticos, existindo também vestígios da Idade de Bronze e Idade Média. 

    E paraque não pense que apenas existe história para lhe oferecer, está ao seu dispor fantásticas obras de artesanato, em que poderá participar na sua concesão.

    Mas ainda não acabou para completar pode sempre fazer um passeio tranquilo à beira rio, ou até mesmo disfrutar deste mesmo.

    Se é poesia que aprecia, pode sempre recitar uns poemas de Paulino Cabral, um poeta e abade que passou grande parte da sua vida em Jazente, deixando como legado os seus belos poemas, com acontecimentos que marcaram a região e a ele mesmo.

 

Igreja de Santa Maria de Jazente 

    A memória pouco nos deixou sobre a história desta Igreja. Chegaram até nós escassos testemunhos para que além do que nos possam contar as pedras do próprio edifício. Por conseguinte, informações sobre esta igreja antes do século XVIII são escassas. 

    Consta-se que seria uma igreja de uma instituição religiosa, com capelas filiais, mas sem sacrário ou sepultura epigrafada. Fazia, então, parte do concelho de Gestaçô.

    Um outro dado é a sua ligação ao intitulado Abade de Jazente, de seu nome verdadeiro Paulino Cabral, conhecido pela vida mundana na cidade do Porto, onde participava em tertúlias e festas. 

    Em 1864, e em resposta ao inquérito realizado pelo Diretor das Obras Públicas do Porto, que procurava saber do estado de conservação das igrejas da diocese do Porto, o pároco de Jazente informou que a igreja se encontrava em bom estado de conservação.

    Já nos anos 30 do século XX, foram realizadas diversas obras de conservação certamente à custa da paróquia: incluíram-se nestas obras a remoção do reboco dos paramentos exteriores e interiores, a limpeza dos paramentos na frente da Igreja, na capela-mor por dentro e por fora e em parte do corpo da mesma.

    

    Na década de 60 e após várias insistênciapor parte dos párocos da freguesia, a DGEMN abriu processo para a classificação da Igreja, vindo este a dar-se por encerrado a 29 de setembro de 1977 com a classificação da Igreja como Imóvel de Interesse Público.

    No ano de 2013/14, sofreu novas intervenções para que a sua conservação, fazendo atualmente para da "Rota do Românico".

 

Poeta e Abade Paulino Cabral 

 

     Paulino António Cabral de Vasconcelos, mais conhecido por Abade de Jazente, estudou em Coimbra, onde se formou em Direito Canónico.

    Em 1753 é nomeado por D. José Maria da Fonseca e Évora – Bispo do Porto – para tornar-se Abade da freguesia de Jazente.

    Manteve-se na freguesia durante cerca de 30 anos, exercendo a atividade eclesiástica, surgindo assim o apelido pelo qual é geralmente conhecido “Abade de Jazente”.

    Na paróquia não se limitava às funções estritamente clericais. Teve uma vida de intensa atividade, o que o levou a um envelhecimento prematuro.

    Viveu dividido entre a ação evangelizadora e as longas estadias no Porto, tentando a fuga à monotonia rural. No Porto encontrava uma atividade mais diversificada, com vários contatos de natureza social e cultural, participava nas reuniões periódicas da “Arcádia Episcopal” e em reuniões fidalgas da época; concorria aos jantares e aos serões dos bispos, sobretudo aos de D. Frei José Maria da Fonseca, também poeta. 

    Cantava modinhas ao cravo; não falhava nos conventos de freiras onde interpretava os seus poemas; era certo nos lugares públicos frequentados pela sociedade elegante do tempo e fazia madrigais às sécias, que se derretiam encantadas.

 

Eis alguns dos seus sonetos

“A Família”

Um dos meus bisavós foi mercador,

Outro alfaiate oficial,

Outro tendeiro foi sem cabedal,

E outro, que juiz foi, foi lavrador.

 

O meu paterno avô foi professor

De latim, que ensinou ou bem, ou mal;

E o materno viveu no seu casal,

De que tinha agora eu mesmo sou senhor.

 

Meu pai médico foi, e homem de bem,

Minha mãe dom teria, porque enfim

Muitas menos do que ela agora o tem.

 

Abade fui, e se saber de mim

Alguma coisa mais quiser alguém,

Saiba que versos faço, e os faço assim.

 

"Definição de Amor"

 

Amor é um arder, que não se sente;

É ferida, que dói, e não tem cura;

É febre, que no peito faz secura;

É mal, que as forças tira de repente.

 

É fogo, que consome ocultamente;

É dor, que mortifica a criatura;

É ânsia a mais cruel, e a mais impura;

É frágua, que devora o fogo ardente.

 

É um triste penar entre lamentos;

É não acabar sempre penado;

É um andar metido em mil tormentos.

 

É suspiros lançar de quando em quando;

É quem me cansa, termos sentimentos;

É quem me mata, a vida me está dando.

 

Bombos de Santa Ma de Jazente

    O grupo de Bombos de Santa Maria de Jazente é o grupo mais antigo da região e arredores. Foi fundado em 1949 pelo Sr. Abel Ribeiro, que divulgou o nome da cidade de Amarante, especialmente a sua cultura e as suas tradições.

    Este grupo percorre o país de Norte a Sul e também o estrangeiro, participando nas romarias mais importantes de Portugal, como a Senhora da Agonia de Viana do Castelo, Nossa Senhora dos Remédio de Lamego, São Gonçalo, entre outras.

    Apesar do seu falecimento, o grupo de Bombos continua com o seu trabalho de animar as populações pelos locais que passa, assim como vai passando esta tradição de geração em geração. 

    O grupo é composto por vários elementos, sendo 50 elementos, sendo as idades compreendidas entre os 5 e os 65 anos.  

    Recentemente formaram um grupo feminino com o nome "As Rosas", sendo o primeiro grupo feminino da região. 

 

Artesanato

    O artesanato é o próprio trabalho manual/produção de um artesão. Devido à mecanização da indústria, o artesão é identificado como aquele que produz objetos pertencentes à cultura popular.

    O artesanato é tradicionalmente produção de carácter familiar, a qual o produtor (artesão) possui os meios de produção (sendo o proprietário da oficina e das ferramentas), trabalha com a família na sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, deste a preparação da matéria-prima, até ao acabamento, deste modo não existe a divisão do trabalho, exceto em situações em que o artesão tenha um ajudante/aprendiz junto de si para aprender a arte.

    Na freguesia existe um artesão, que utiliza diversos materiais da natureza, como os ramos, trancos, cabaças, para a realização de belíssimas obras de artesanato.

    Este artesão, José Pereira, cria as obras em casa, num espaço que já tem para as peças.

    Este artesão começa por escolher o material que vai utilizar, em seguida põe a secar e quando este já estiver seco começa o trabalho de dar vida ao material.

    No decorrer do trabalho realizado, este artesão é que vai começando a ter ideias sobre como vai ficar o objeto pois este este pode ir unindo vários materiais até que fique apenas a obra.

 

    

 

Rio Ovelha

    O Rio Ovelha nasce na Serra do Marão, em Pensa Suar (junto do parque eólico), perto de Covelo do Monte, Aboadela.

    O seu percurso de 23 quilómetros, passa por Várzea, Gondar, Padronelo, Jazente, Várzea de Ovelha e Aliviada e desagua em Fornos, Marcos de Canaveses, Rio Tâmega.

    Sendo um pequeno rio de margens de tamanho variado, devido à atividade agrícola que alimenta, outras vezes rústico ou selvagem. O caudal varia bastante e por vezes inunda os campos durante as cheias. Durante o seu percurso é represado em alguns pontos para lhe colher a força para mover moinhos, hoje em dia abandonados, mas plenos de beleza simples e testemunhados do trabalho dos antigos moleiros. Sobre este rio passa, na freguesia da Folhada, uma antiga ponte medieval, que se acredita substituir uma outra mais e de origem romana, Ponte do Arco. 
 

 

Turismo Rural - Casa do Carvalhal

    Apesar de não se saber ao certo o ano de construção desta Casa senhorial, já passou mais de um século de existência. Ao visitar esta casa é possível observar todo um conjunto de peças antigas como os móveis e tapeçarias. Assim como a sua enorme biblioteca, em que se encontra nesta livros muito antigos, em que as capas ainda são grossas e douradas.

    Os quartos mobilados, com casa de banho, com uma pequena sala, mas tudo com um toque de antigo mas elegante.

     Atualmente, esta casa é utilizada para fins de turismo rural. Onde os turistas podem cozinhar na sua própria cozinha, aproveitar a piscina, dar um passeio pelo jardim, aproveitar para ler os mais variados livros, assim como observar os variados quadros que nela existem. 

 

 

Como chegar

    EN 15 (Amarante), saída pela margem esquerda até Padronelo, ao km 64, virar para a EN 101-5, em direção a Marco de Canaveses, Mesão Frio, atravessar o Rio Ovelha e continuar à direita para Jazente. 

Meios de transporte/acessibilidades

Para os mais apreciadores de transportes públicos, durante todo o ano está disponível o autocarro de S. Simão, com um preço acessível, e com uma viagem de curta duração, entre 15 a 20 minutos. Compreendendo-se os horários deste meio de transporte:

Manhã – 07:40 Viagem para o centro, com paragem na estação de autocarros da cidade;

            - 11:15 Viagem de regresso à freguesia de Jazente, com saída da estação de autocarros da cidade;

Tarde - 12:40 Viagem para o centro da cidade;

            - 18:30 Viagem de regresso a Jazente, com saída da estação de autocarros da cidade.

Durante o período de aulas (Setembro a meados de Junho), existe uma viagem de regresso a Jazente, pelas 17:00 horas, com partida na estação de autocarros.